Os produtores globais de café são forçados a viver na pobreza devido aos baixos preços das safras internacionais, disseram os agricultores em uma conferência internacional, alertando que o futuro da indústria está em risco.
Os contratos futuros de 27 de março (a capacidade de comprar mercadorias agora a um preço mais baixo do que no momento do recebimento das mercadorias, depois de um certo tempo) estavam em 93,45 centavos de dólar por libra, o que é muito menor que o custo de produção na maioria dos países.
Em comunicado divulgado na terça-feira, 26 de março, em Nairóbi, Quênia, onde a Organização Internacional do Café realiza uma reunião bienal, o Fórum Mundial dos Fabricantes de Café disse que os preços de mercado em Nova York "permitem que os fabricantes se empobrecem".“A atual crise na sustentabilidade econômica dos produtores de café precisa ser tratada imediatamente antes de se tornar uma crise humanitária”, afirmou o comunicado, assinado por associações de produtores de café da Colômbia, Brasil, México, Índia, Vietnã, América Central e África.
Os futuros foram prejudicados pelo excesso de oferta, principalmente do Brasil, o maior e mais eficiente produtor mundial de arábica. No ano passado, o país recebeu uma safra quase recorde de frutas arábicas, e espera-se que em 2019-20 a colheita também seja enorme, apesar de este não ser um ano de pico para um ciclo de produção de dois anos.
O desespero entre os produtores é tal que alguns estão mudando para culturas ilegais para sobreviver. Esse fenômeno já está em exibição no Peru, cuja federação alegou que alguns produtores abandonaram suas colheitas para cultivar coca, o principal ingrediente da cocaína.