Os agricultores brasileiros e argentinos estão preocupados com a decisão do presidente brasileiro, Jer Bolsonaro, de comprar 750.000 toneladas de trigo dos Estados Unidos e de outros países não pertencentes ao Mercosul, sem a tarifa de 10% normalmente cobrada nessas compras.
Os produtores de trigo na zona agrícola da Argentina em Pampas disseram que, se a transação for permanente, e não pontual, isso terá um impacto negativo, uma vez que o Brasil é o principal comprador de trigo argentino.
"O setor argentino de trigo rejeita completamente a decisão do Brasil de comprar trigo nos Estados Unidos sem tarifas", afirmou a Câmara das empresas exportadoras de grãos argentinas em 20 de março. “De acordo com as regras do Mercosul, o Brasil deve solicitar permissão da Argentina, como principal fornecedor de trigo para um país vizinho, para realizar esta operação.”David Hughes, presidente da câmara argentina da indústria do trigo, ArgenTrigo, disse que se um acordo de tarifa zero for uma exceção única à tarifa de 10% sobre o trigo proveniente de fora do bloco comercial do Mercosul, isso reduzirá as preocupações. "Mas se isso se transformar na norma, será extremamente alarmante", disse ele. Os agricultores brasileiros também notaram preocupações. "Agora existem outras 750.000 toneladas que competirão com a produção nacional", disse uma fonte da indústria de trigo no Paraná, a principal área de produção de trigo do Brasil.